Vera Mantero & Convidados - Nova Criação


Centro Cultural de Belém | Junho 2002


"eu persigo uma coisa de facto, uma coisa específica.
infelizmente é coisa tão imbricada que às vezes a perco de vista.
posso pelo menos dizer, no entanto, que tenho uma sensibilidade que muitas vezes funciona à minha revelia; dir-se-ia que se distingue por uma noção nítida do trágico, ou do nada, ou da urgência, ou da sensação intensa, da necessidade intensa.
também vislumbro essa tal coisa quando oiço, por exemplo, o que se passa no canto e na poesia e na arte do Caetano Veloso; oiço ali algo que está muito perto do trágico e da generosidade, da dor e do amor, da morte e da possibilidade. sinto-me perto dele e da maneira como ele sente: fisicamente, ritmicamente, poeticamente, tragicamente, felicidamente.
aquela vontade de felicidade, aquela compreensão da felicidade.
tudo isto tudo junto. compreensão da visão."
Vera Mantero


LILITH

Teatro São Luis | Outubro 2012
Texto original FRANCISCO LUÍS PARREIRA
Encenação JOÃO GARCIA MIGUEL
Música RUI GATO
Figurinos MIGUEL MOREIRA
Desenho de luz DANIEL WORM d’ASSUMPÇÃO
Interpretação DAVID PEREIRA BASTOS, KONSTANTINOS KOUTSOLELOS, STAMATINA PERGIOUDAKI, SARA RIBEIRO

A primeira mulher de Adão, Lilith, enfastiada com o paraíso e depois de discutir com Adão a respeito de quem é que devia ficar por cima, dirigiu-se aos altos portões e saiu dali para fora. Começou a dormir com os demónios que andavam por ali à volta, a espreitar por cima dos muros. Isto é tudo o que dela diz a mitologia judaica: que foi a primeira prostituta. O que a mitologia não diz é que, deste modo, ela abandonou um paraíso e foi ter a outro: o paraíso da linguagem. Sobre o palco, duas atrizes e um ator, o fundo narrativo projeta a situação mítica para a atual prosa do mundo, articulando memórias, instantâneos, hábitos de passagem em que por vezes se deixa ouvir, sobretudo quando estamos nus uns com os outros, o resto de um terrível silêncio da mitologia.













sem titulo

Junho 2000





Dream of Two Cities

Work statement

"Dream of Two Cities" by Marina Vieira da Silva

The work presented here in this selection is a fusion of tales of two cities: London and Lisbon. It is, in part, a document of a fascinating, difficult and confused time of my life. It is also a private exploration of the world I inhabit and a search to provoke an emotional response to the subject in question.

When I go walking with my toy camera, the act of seeing is a process of emotional intuition rather than an elaborated fusion of specific and complicated techniques, these pictures serve as evidence of the strange and wonderful things I experience.

These pictures are capture with a Russian LOMO LCA camera, double exposing the film, and cross processing after. This method can be extremely unpredictable, and like any other aspect of my work, it adds a part of an individual feeling to it.















Sábado 2

CCB - Belém | Novembro 2012
Coreografia PAULO RIBEIRO
Assistente do coreógrafo e responsável pela reposição LEONOR KEIL
Música NUNO REBELO
Figurinos MARIA GONZAGA
Desenho de luz RUI MARCELINO
Intérpretes (novo elenco) CARLA RIBEIRO, LEONOR KEIL, SANDRA ROSADO, PAULO RIBEIRO, PEDRO RAMOS, PETER MICHAEL DIETZ

Este trabalho vive da repressão da energia sexual, e da sua confrontação com a fantasia romântica e religiosa que só encontra “redenção” numa espécie de sacrifício de automutilação.
É um trabalho que tem uma carga erótica muito semelhante ao que se vivia, ou pelo menos eu vivi, no nosso passado de católicos, cheios de Nossa Senhora de Fátima e de Infernos meio orgásticos, meio redentores.
Sábado 2 é uma obra essencialmente egoísta; o outro existe para dar relevo às nossas fantasias; compadecemo-nos a pensar que sofremos de amor, mas não passa de imaginação e convenção social. É aí que entra o texto, para dar relevo ao estereótipo das convenções sociais, à banalidade da palavra e até dos sentimentos, quase sempre fugazes e virtuais.
Resumindo, nesta peça tentei explorar o turbilhão vazio do indivíduo virado essencialmente para si próprio, tomando a ligação com o divino como espécie de energia redentora.
O trabalho de autor não se esgota no impacto maior ou menor que as criações possam ter no momento em que são criadas. A Dança é das artes que mais sofre o efémero. Este princípio precisa ser contrariado, não só porque muitas obras precisam de tempo para serem realmente apreendidas, como também é essencial poder rever o que
está para trás para situar melhor o presente. Depois, não tenho dúvidas que a linguagem que identifica um autor só faz sentido quando há longevidade. Talvez seja este o factor maior para o reconhecimento e independência face à voracidade das modas, tendências e mercados.
Celebramos o nosso décimo sétimo aniversário. Sábado 2 foi a nossa primeira e muito emblemática obra. Só pode fazer sentido recuperá-la e partilhá-la com todos os que apreciam a Dança e a sua muito particular capacidade de ser intemporal. Para quem não conhece, será certamente uma feliz descoberta, para quem já viu será um momento festivo como aqueles em que revemos um ente querido que regressa após uma longa ausência.


Paulo Ribeiro










SANDPAPER

 



SERIA PRECISO UMA GRANDE CHUVADA PARA APAGAR AS PEGADAS

Espaço Gingal| OLHO | 2002
Por JOÃO GALANTE
Interpretação ANA BORALHO, RITA SÓ e MÓNICA SIMÕES 
Banda Sonora Original JAPP
Cenografia ERIC COSTA
Figurinos CARLOTA LAGIDO






Os Olhos de Gulay Cabbar

Direcção e Interpretação Olga Roriz 

 

JUMP-UP-AND-KISS-ME

Direcção - Olga Roriz
Interpretação - Paula Pinto/Adriana Queiroz, Catarina Câmara, Olga Roriz,Francisco Rousseau, Didier Chazeau, Gonçalo Amorim, Pedro Santiago Cal